Depois da “geração Rasca”, veio a “geração à Rasca”. Agora chegamos à geração – a que vamos chamar – “não me imagino a trabalhar”. Não acredita que exista? Pois saiba que os números não enganam. São já muitos os jovens que nem estudam, nem trabalham. E por entre os que estudam, há quem – quando questionado sobre os planos profissionais – não hesite em responder que não se vê a trabalhar.
E se apenas com estes dados, a visão já é assustadora, piora quando uma breve pesquisa online revela que a tendência se alastra por todo o mundo. Só para ter uma ideia, em Portugal, no início deste ano eram mais de 280 mil os jovens sem qualquer ocupação (nem estudos, nem trabalho). E os números crescem em proporção direta à dimensão e conjetura (política e social) de cada país.
Que futuro?
Mas mais do que olhar para os números, é importante analisar e tentar perceber esta tendência e as consequências que terá já num futuro próximo.
A verdade é que, entre os 280 mil, haverá certamente quem não tenha uma ocupação profissional devido às circunstâncias económicas e sociais que o nosso país enfrenta. Para estes, ainda há – no entanto – salvação, porque certamente irão redobrar os seus esforços para encontrar um emprego.
O problema reside, porém, no grupo que compõe esta geração do “não me imagino a trabalhar”. Aqueles que mesmo estando a estudar, olham para o canudo e não adivinham ou concebem um futuro para si mesmos. Encaram os anos de universidade como o tempo para aproveitar a vida e fazem muito bem. Mas esses anos passam, e depois? São esses que, mesmo estando a investir na sua formação profissional, dizem que uma vez finalizados os estudos não sabem o que querem fazer, que caminho pretendem dar às suas carreiras ou que nem tão pouco se veem a integrar o mercado de trabalho.
Em busca da cura…
Ninguém pode prever o futuro. E, tendo em conta o panorama do mercado de trabalho atual, pode ser difícil superar os receios naturais de quem ainda está para se iniciar nestas andanças do mundo laboral. A instabilidade e precariedade laboral ou a falta de emprego podem atemorizar até os mais destemidos. Mas importa, perceber as motivações desta geração “não me imagino a trabalhar”. Haverá que diga que é por pura falta de interesse e outros dirão que é por falta de estabilidade e oportunidades. Mas independentemente das causas por detrás desta nova “elite”, o que importa é reverter a situação. Como? Estamos abertos a sugestões!
Júlia de Sousa – E-konomista