Tenho um emprego estável. Devo arriscar emigrar?

Nos últimos dez anos, mais de 700 mil portugueses emigraram à procura de melhores empregos, melhores ordenados, melhores desafios profissionais e melhores condições de vida. Nenhum destes portugueses deixou o país de ânimo leve, muitos deles estavam empregados mas decidiram deixar um emprego estável e arriscaram emigrar.

O que os levou a deixar as suas raízes e partir para o desconhecido? Provavelmente, as mesmas razões que o levam a si a considerar a hipótese. Este é o primeiro indício de que talvez deva arriscar. Se adormece todos os dias a pensar que, mesmo com um emprego estável, talvez fosse mais feliz fora de Portugal, então é porque algo tem que mudar na sua vida.

Aqueles que emigraram asseguram que o mais difícil são as saudades da família e dos amigos. Por outro lado, regra geral, garantem que os desafios profissionais e a compensação financeira equilibram o peso da distância. Já não vêem a Europa como um emaranhado de fronteiras e, para aqueles que estão mais perto, emigração passou a deslocação. Quando a saudade aperta muito, vêm passar o fim de semana a casa.

Nesta decisão há muito a ponderar. Já sabe que estar longe da família vai ser o mais difícil, por isso, se não se imagina a viver sequer noutra cidade portuguesa, emigrar não é para si. Quanto ao seu trabalho atual, há várias perguntas a fazer: é desafiante, tem possibilidade de progredir, quer progredir, dá-lhe prazer, aprende algo novo todos os dias e, por fim, o seu ordenado permite-lhe fazer tudo aquilo que deseja?

A sua decisão depende muito das respostas às perguntas acima. Daquilo que, quando na balança, tem mais peso para si e para a sua família. Listar as vantagens e desvantagens desta mudança pode ajudar a organizar as ideias para um decisão mais consciente. Naturalmente, emigrar para um sítio onde tem familiares ou amigos e se já dominar a língua do país, tanto melhor. Mas não se prenda por isso, quem tem boca vai a Roma!

Isabel Coimbra – E-konomista