Viajamos até Montevideu, a capital do Uruguai. Uma cidade cujas ruas parecem feitas de propósito para passear descontraidamente, com o mate debaixo do braço, observando a bem conservada arquitetura ou usufruindo dos parques. Mas não só de calma se faz Montevideu porque a música é sempre indissociável deste lugar, quer seja através da sensualidade do tango, quer através dos ritmos compassados candomblé.
“Bienvenidos a Montevideo!”
Raquel Carinhas, 29 anos, Leitora do Instituto Camões, natural de Lisboa. Conhecemos a Raquel na principal artéria da cidade, a caminho da Praça da Independência onde nos mostra alguns dos edifícios mais simbólicos e nos apresenta a cultura do mate – a bebida que melhor representa os uruguaios. Em Punta Carretas vamos almoçar ao restaurante favorito da Raquel, onde se delicia com as suas iguarias preferidas num país que praticamente só come carne. Nos inúmeros bares do parque Rodó, é possível encontrar lugares originais: na cave de uma antiga casa colonial somos convidados pela Raquel a assistir a um recital de poesia africana. Terminamos a noite deambulando pelos vários eventos da Noite dos Museus.
Bruno Lima, 37 anos, Topógrafo, natural de Lisboa. Acompanhamos o Bruno na sua viagem de táxi até ao bairro onde vive, um local familiar, onde as crianças brincam na rua e que é o berço do candomblé. Com a mulher e o filho, vamos até à feira Tristan Narvaja, um local onde se pode comprar um pouco de tudo, mas onde o que encanta realmente o Alberto são os inúmeros antiquários que lá existem e onde é possível encontrar algumas peças portuguesas. O passeio em família, não acaba sem uma ida ao parque Rodó, um local onde se pode fazer desporto, ouvir música, comer ou apenas descontrair. Despedimo-nos do Bruno em Palermo, ao som de um grupo feminino de candomblé.
Mariana Raposo, 52 anos, Secretária, natural de Monforte da Beira. No autocarro a caminho da periferia de Montevideo, conhecemos a Mariana que nos fala um pouco do sistema de transportes públicos. No bairro Borro, um dos “bairros de lata” na periferia da cidade, Mariana mostra-nos a “Nova Vida”, um centro que pretende dar uma alternativa de futuro aos jovens desfavorecidos — um exemplo feliz. Saímos de Montevideo para visitar a Colónia do Sacramento, um local fundado por um português, intimamente ligado à cultura do nosso país e o ponto mais próximo de Buenos Aires. De volta a Montevideu, a Mariana despede-se de nós durante um ensaio de uma murga, uma manifestação cultural que une de dança, música e teatro.
Alberto Almeida, 28 anos, Gestor de Projetos Industriais, natural S. João da Madeira. A rambla é um dos locais preferidos dos habitantes da cidade e é lá que nos encontramos com o Alberto antes de seguirmos para a fábrica onde trabalha e onde a sua carreira tem tido uma progressão impressionante. Apanhamos boleia do Alberto para Cabo Polónio, um paraíso feito de mar, areia e…centenas de lobos-marinhos! Na cidadela, uma área noturna mais alternativa vamos ouvir o mais tradicional dos tangos antes de lhe dizermos adeus.