Mais de metade dos jovens portugueses desejam emigrar

A Alemanha, a Áustria e a Suíça são os países preferidos pelos portugueses para emigrar, não só pela prosperidade económica e boas perspetivas de emprego, mas, também, pela proximidade geográfica de Portugal. As conclusões são de um estudo sobre emigração promovido pela Zurich e aplicado pela Gfk, que revela que a maioria dos jovens portugueses pensa em emigrar ou já emigrou.

40% dos portugueses admite emigrar ou já emigrou e os motivos são comuns à maioria: desemprego em Portugal e procura por melhores oportunidades de emprego noutro país. Dos 12 países abrangidos pelo estudo (Alemanha, Áustria, Austrália, Espanha, Itália, Irlanda, Marrocos, México, Portugal, Reino Unido, Rússia e Suíça), só os russos ultrapassam o desejo de emigrar dos portugueses (64%), enquanto os marroquinos apresentam o mesmo valor. A segurança no trabalho é o fator mais desejado (55%) pelos portugueses que emigram ou pensam em emigrar, seguido pela baixa criminalidade (36%), estabilidade política (29%) e um regime de pensões estável (24%).

No caso dos jovens, os números são significativos. 57% dos inquiridos com idades entre os 15 e os 24 anos pensa em emigrar ou já o fez, pelas mesmas razões que a maioria da população portuguesa. Entre os 57% dos jovens que encaram a emigração como uma solução para a sua vida, 4% já deu esse passo e confessa que a experiência está a ser positiva, enquanto 9% ainda está a fazer algo para concretizar esse desejo. No entanto, a maioria (32%) reconhece ainda ter medo de o fazer.

Quanto aos destinos preferidos para emigrar, Alemanha, Áustria e Suíça estão no topo das escolhas de 40% dos portugueses, seguindo-se América do Norte (19%) e países nórdicos (17,5%). Ana Paulo afirma que “os portugueses procuram países prósperos economicamente, com emprego, regimes de pensões estáveis e geograficamente próximos de Portugal”, como os três países de destino preferidos. “Estes países permitem manter uma ligação física mais próxima com família e amigos em Portugal e são conhecidos pela qualidade de vida dos cidadãos, com bons apoios, por exemplo, a nível de pensões de reforma”, explica a responsável. Em 2012, segundo os dados do INE, mais de 121 mil portugueses abandonaram um país, o valor mais elevado desde 1966. Ana Paulo considera que este número terá tendência para aumentar “se continuarem a verificar-se condições menos favoráveis aos portugueses”.

Fonte: Dinheiro Vivo