Como nada dura para sempre, a minha aventura em Sydney também acabou. Foram 2 anos muito bons onde VIVI o mundo e o quotidiano de um ponto de vista diferente.
Inverno em Junho e Natal na praia são coisas que o comum do europeu não tem em mente. Muito menos conhecer pessoas a quem o contrário não passa pela cabeça. Ah!, e aranhas. Muitas aranhas do tamanho da mão.
A minha passagem pela Austrália só tem boas recordações. Nas pessoas, no clima, no ambiente descontraído vivido em todo o lado. O clima afecta bastante o ‘mood’ das pessoas. Um ambiente de trabalho descontraído (não confundir com relaxado) onde o meu chefe quase todos os dias me dava uma palmada nas costas e dizia:” Muito Obrigado pelo dia Tiago. Hoje conseguimos fazer X ou Z…”. Há coisas que o dinheiro não compra e um reconhecimento pelo esforço diário no local de trabalho é bastante mais importante do que um aumento de 5 euros diários.
Depois de 2 anos a re-construir a minha vida e a começar tudo de novo num país novo, achei que estava na altura de agitar mais uma vez as coisas. Já tinha um carrinho de 1000$AUD, já tinha um grupo de pessoal conhecido. Um jantar rapidamente juntava 5 ou 6 nacionalidades diferentes. Mas a vida é feita de ciclos e se há uma coisa que nos temos de habituar é à mudança e a estar preparados para nos reinventar. Pior que não ter dinheiro, é não ter dinheiro e morrer estúpido!
Com uma ajudinha da minha esposa, que queria ficar mais perto de casa, decidimos regressar à Europa e ao tão desejado ‘time-frame’ do meridiano de Greenwich. Sim!
Esse, onde o Glorioso joga para a Champions à hora do jantar. Mais uns CVs a voar para UK, mais umas entrevistas pelo skype e assim que tivemos luz verde, mãos à obra e toca a desmontar!
1. A primeira coisa foi vender o material de casa no Ebay, essa maravilha onde tudo se compra e tudo se vende. Como grande parte do nosso material era do IKEA, foi fácil de tirar umas fotos e começar a despachar as coisas. Toda a gente conhece nomes como Kiplan, ou Polarvide. Tive de vender tudo a metade do preço, é verdade. Mas o objectivo é vender as coisas para mudar de país outra vez e não lucrar.
Lucro irá ter o meu filho, que em 6 anos já teve em 5 cidades diferentes, desde a 1ª classe até agora ao 7º ano. Mas a quantidade de pessoas a entrar/sair/mudar da cidade é tanta que o que comprámos há dois anos atrás, estamos agora a vender. Vendi uma cómoda pelo mesmo preço que a comprei – 20$AUD.
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2. De seguida tivemos de cancelar a anuidade do Bruno na escola. Depois de 5000$ pagos há uns meses, contactámos o Dept de Educação e solicitámos o refund dos meses que o Bruno não irá estar na escola. Download do formulário, assinar, digitalizar e mandar por email e passado 3 dias, o dinheiro estava na conta. Uma coisa que funciona muito bem na Austrália – As instituições e a internet. É fantástico como tudo pode ser feito pela internet, seja a pagar ou mesmo a solicitar $$ de volta.
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Assim sendo: Cheers Mate. Have a good one! E a partir de agora é: oh, yes indeed!
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3. No contrato de 1 ano da renda de casa, estava estipulado que se saísse antes de 6 meses do término, teria de pagar uma fee de 2 meses. Se fosse depois apenas 1 mês de fee. Foi o que aconteceu. Quando sai de casa tive de deixar um mês a mais, por estar a quebrar o contrato de um ano estabelecido anteriormente. Uma coisa comum nos contratos de casa. Algumas imobiliárias também cobram valores relativos a despesas de publicação da casa novamente no mercado (publicar no site, open-houses, etc), esta McGrath Real Estate) até não e má.
4. As contas bancárias foram diferentes. O Citibank permite uma maior mobilidade em termos de fechar a conta e pagamentos. Ainda uso o cartão de crédito para algumas coisas. Mas assim que estiver liquidado posso simplesmente ligar para o apoio a cliente para desactivar o cartão, mesmo a partir de UK. O que não se passa com outros cartões de outras contas australianas. Se por exemplo deixarem uma conta activa na Austrália, ela terá de ser fechada no balcão, pessoalmente. Dizem que é uma questão legal. Sempre pode ser uma desculpa para lá voltar, quem sabe.
5. Nesta fase de transição, existem coisas que ainda não estão terminadas, como o contrato da Vodafone. Ainda existem algumas prestações para terminar e não é boa ideia deixar ‘rabos presos’ para trás. O ‘credit history’ na Austrália é mais importante que o ‘criminal record’.
6. Enquanto trabalhador por conta de outrem, a minha entidade patronal estava a colocar cerca de 10% do meu salário num fundo de pensões, o chamado Superannuation. Como não existe segurança social, a lei obriga a que todos os empregadores coloquem esse valor numa instituição à escolha do trabalhador.
Como trabalhadores temporários, se sairmos do país, podemos levar esse valor connosco. Assim que o nosso visto for cancelado (o meu Sponsoship Visa terá de ser cancelado pela minha entidade patronal), irei solicitar ao DIAC que me passe uma declaração em que mostre o visto cancelado e em como eu já saí do país.
Com essa declaração, irei apresentar ao fundo que escolhi (australiansupper.com) e pedir o reembolso dos $$ que lá estão depositados. Irei ter uma percentagem de cerca de 40% retida, devido a estar a levantar os $$ mais cedo, e também relativo a impostos.
A Austrália aqui não brinca. Ou as pessoas estão interessadas em ficar a longo prazo ou se vem só mesmo para ganhar $$, acabam por cá deixar metade do que ganham. A fee escolar, o seguro de saúde e este valor retirado do meu fundo de pensões, faz com que o país não seja ‘roubado’ para quem vem para a Austrália com segundas intenções.
(Já agora deixo aqui os contactos de quem tratou das questões legais em relação ao meu visto. Não tem nenhuma cadeia de lojas, mas chama-se Zara Rehman.
A minha experiência de andar a saltitar de país em país não é nenhuma novidade. Não sou o primeiro nem serei o último. Dirijo as minhas energias e o pouco que tenho para viver e conhecer, e não para ter. Não tenho grandes carros, nem uma televisão gigante. Vou de transportes públicos para o emprego. Levei o primeiro mês em UK a jantar em pé. Só no segundo mês compramos uma mesa para jantar.
Agora estamos em UK. Chuva, vento, céu nublado, frio… o normal. Essa é a maior diferença que encontro entre Sydney e Birmigham, onde estou agora. Nota-se o quanto o clima afecta as pessoas. Quando cheguei, mostrei a um amigo várias fotos de situações em Sydney. Ele responde: ‘O céu… é tão azul…’ Por isso se pode ver a cor do céu por aqui. Se existe um armazém de nuvens para distribuir pelo mundo, deve ser aqui!
Mas a história da chegada em UK fica para o próximo artigo. Aqui as coisas são muito mais fáceis, dado que somos da união europeia. Nada de vistos, nada de seguros de saúde, nada de school fees, nem livros escolares pagamos. E as Guinness a metade do preço. E uma America, neste caso uma Inglaterra!
Assim sendo: Cheers Mate. Have a good one…. e a partir de agora é… oh, yes indeed!
Saúde e Sorte
Tiago Bruno
([email protected])